Cidade do México, 22 de jan de 2019 às 17:00
Padre Hugo Valdemar, cônego penitencieiro da Arquidiocese Primaz do México, advertiu que é um "escândalo" que se tenha um cuidado exagerado com os animais, enquanto se despreza a vida humana desde o ventre materno até a morte natural.
Em sua coluna semanal no jornal mexicano ‘ContraRéplica’, intitulada "O amor desumanizado pelos animais," Pe. Valdemar disse que, ainda que "pareça algo positivo que tenha crescido na sociedade ocidental o amor e o cuidado pelos animais, como entender esta consciência moderna em um momento em que um ser humano indefeso no útero é percebido como uma ameaça, como um estranho que vem causar desconforto e uma série de males?".
"Que sociedade é esta onde a proteção dos animais se tornou mais valiosa do que a vida humana de um nascituro?", perguntou.
O sacerdote lamentou que hoje "os idosos são vistos como um incômodo e são retirados a lugares nem sempre dignos, onde os familiares nunca mais voltam a visitá-los, ou ainda pior, a lei permite assassiná-los, chamando este ato imoral de uma morte digna”.
No final de outubro de 2018 o deputado Nazario Norberto Sánchez, do partido Morena, o mesmo partido do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, propôs que os animais sejam considerados como "parte de uma família" e que possam "herdar os bens de seus proprietários".
Os deputados do partido de López Obrador também promovem iniciativas para legalizar o aborto no México.
"Qual é a patologia que se apropria de uma humanidade que despreza os seus semelhantes e dá falsos direitos aos animais dando a eles uma dignidade que parece superar a humana?", questionou o sacerdote mexicano.
"Não nos enganemos, este amor pelos animais e desprezo pelos seres humanos é uma desumanização escandalosa, é uma descristianização disfarçada de compaixão. Jesus nunca pediu para amar os animais como a si mesmo, mas ao próximo. Os animais foram criados por Deus para o serviço ao homem e não o homem para o serviço aos animais", disse.
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Pe. Valdemar lamentou que, "para muitos casais, os animais de estimação ocupam o lugar das crianças que não quiseram ter".
Também se perguntou "quantos cuidados veterinários são considerados suficientes" e se "deve exigir aos donos dos cachorros que garantam tratamentos de quimioterapia, cirurgias caras e cuidados paliativos para prolongar a sua vida".
"Animais não são seres humanos, nem nunca serão, não importa o quanto são amados e mimados", assegurou.
Para Pe. Valdemar, "é um escândalo esta preocupação crescente com os animais de estimação e o desprezo e ódio que despertam as crianças que, por estarem dentro do ventre materno, não são consideradas pessoas e sequer são protegidas como são protegidos os animais".
"Essa ideologia dirigida agora pelo partido é, ao contrário do que parece, desumanizada e absolutamente anticristã", denunciou.
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— ACI Digital (@acidigital) 27 de dezembro de 2018